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Conheça a história da Ingrit, a primeira mulher motorista do Grupo Atlantis
O dia 26 de maio foi marcante na vida de Ingrit Guarnieri Wartha Mendes. Pela primeira vez, iniciava um trabalho com carteira assinada na profissão que escolheu: motorista. Um dia especial também para o Grupo Atlantis, por ter a primeira mulher a conduzir um de seus caminhões.

Nascida em Videira, 23 anos, Ingrit é casada e tem uma filha de 1 ano e 7 meses. Hoje ela atua na unidade de Videira, onde o Grupo Atlantis presta serviço para Visan (Videira Saneamento). Nesta entrevista, Ingrit conta um pouco de sua história e de sua paixão por dirigir.

Quando começou esta vontade de ser motorista?
Ingrit  - Desde criança tive um amor muito grande por essa profissão, apesar de não vir de família de caminhoneiros. Olhava os caminhões passarem e dizia: um dia eu vou ser motorista. Sempre tive muito apoio da minha família, especialmente da minha mãe. Desde muito nova ia pesquisar na internet como dirigir, como manobrar, como fazer marcha, os cuidados que tem que tomar. Mas tudo começou quando casei. Meu marido é motorista e fui viajar com ele por esse mundão afora. Ele me ensinou com muito zelo e paciência como eu poderia conseguir tornar o meu sonho de infância uma realidade. Com muita luta, eu aprendi.

Você já sofreu discriminação?
Ingrit  - Sim, a maioria das empresas achava que por ser mulher não daria conta do serviço pesado. Nunca havia trabalhado com carteira assinada como motorista. Mas depois de tanta procura, tive esta oportunidade com o Grupo Atlantis. Me receberam de braços abertos, me reconheceram e me deram a chance de provar o meu trabalho, que sou uma profissional como qualquer motorista homem seria. Sou muito grata, eternamente grata.

E como foi o teste para admissão?
Ingrit  - No dia do teste lá estava eu no meio de vários homens. Mas não desanimei. Sei do meu potencial, fiquei tranquila e fiz o teste apesar de nunca ter pilotado nem trabalhado com  um caminhão basculante. Dei o meu melhor e consegui. Quando me deram a notícia de que fui a escolhida, eu era a pessoa mais feliz desse mundo, pois o que eu tanto sonhei, consegui na “raça”. A satisfação e o orgulho que senti naquele dia não tem preço que pague.

Como é sua rotina?
Ingrit  - É bem corrida. Cedinho organizo a casa antes de sair. Quando é possível, volto ao meio-dia para ficar um pouco com minha filha. Quando retorno no fim do expediente, a primeira coisa é atender minha filha. Às vezes são dez da noite e estou estendo roupa, lavando louça… Como meu marido viaja, fico com esses afazeres.

Você acredita que pode ser um exemplo para mulheres que buscam seu espaço na sociedade?
Ingrit  - Creio que posso, sim, ser um exemplo para as mulheres que lutam por seu espaço. Não importa o quão difícil for, quantas barreiras tiver, não se pode olhar para trás. O objetivo é ter foco e persistência naquilo que se quer. Eu sou muito grata e feliz no que faço. Trabalhe com o que você ama e não terá que trabalhar um único dia sequer em sua vida!

O que é mais gratificante no seu trabalho?
Ingrit  - É quando as pessoas me perguntam: você que é a motorista? E quando eu respondo que sim, recebo tantas palavras positivas, carinhosas, que isso para mim não se põe valor.


A MELHOR CANDIDATA

O Engenheiro Thyago Freitas de Araújo, gerente de contrato do Grupo Atlantis em Videira, conta que a vaga para motorista foi aberta com a saída repentina de um dos colaboradores. A empresa, então, começou a divulgar a oferta de emprego. "Como era de se esperar, tivemos vários candidatos. Ao longo de dois dias fizemos teste prático com todos eles. Ingrit foi a única mulher a se candidatar à vaga e também se mostrou a melhor candidata. Na entrevista, confirmamos a posição que já havíamos tomado no teste. É uma honra fazer parte da história dela e também tê-la na nossa equipe”, destacou.

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