Cidades que investiram em sustentabilidade e saneamento conseguiram avançar no ranking que mede os desafios da gestão municipal, apesar da pandemia.
Os bons resultados alcançados também em outras áreas da gestão municipal colocaram Maringá na liderança do Índice de Desafios da Gestão Municipal, da consultoria Macroplan, que avalia as 100 maiores cidades brasileiras. Juntas, elas concentram quase 83 milhões de habitantes, equivalentes a 40% da população e metade do PIB brasileiro. Este é o quinto levantamento da consultoria Macroplan, que leva em conta 15 indicadores de educação, saúde, segurança e saneamento básico.
Não é a primeira vez que a cidade ocupa a primeira posição no ranking: Maringá já foi campeã por duas edições consecutivas, em 2017 e 2018. Na última década, Maringá melhorou sua posição em saneamento e sustentabilidade, área em que saiu do 7º lugar para o 3º, entre 2009 e 2019.
Com uma reserva de Mata Atlântica dentro da área urbana, Maringá detém o índice de 26 metros quadrados de área verde por habitante, um dos maiores do país. E não é só. Cerca de 94% da população é atendida por serviços da coleta de resíduos sólidos e o acesso ao saneamento básico é universal.
Assim como Maringá, Jundiaí, no interior de São Paulo, também tem feito avanços em saneamento e coleta de resíduos sólidos, garantindo o segundo lugar do ranking. Com um índice de mortalidade infantil de 7,3 para cada cem mil habitantes, um dos mais baixos do país, a cidade se destaca pelos progressos na coleta de lixo e saneamento, que chega a todos 420 mil habitantes. Não é pouca coisa. Cerca de 100 milhões de brasileiros moram em locais onde não há coleta de esgoto e 35% não contam com água potável.
Na classificação geral, as cinco cidades mais bem colocadas são Maringá (PR), Jundiaí, São José do Rio Preto, Piracicaba e São José do Campos, todas de São Paulo. As catarinenses melhores posicionadas são Florianópolis (21º), Joinville (29º) e Blumenau (34º).
Na área do saneamento, as cinco primeiras são Santos (SP), Franca (SP), Maringá (PR), Uberaba (MG) e Curitiba (PR). De Santa Catarina, as melhores são Florianópolis (56º), Blumenau (76º) e Joinville (82º).
Veja o ranking completo aqui http://www.desafiosdosmunicipios.com.br/ranking_idgm.php
A RELAÇÃO ENTRE INVESTIMENTOS E QUALIDADE DE VIDA
Empresas e cidadãos valorizam cada vez mais as políticas públicas de sustentabilidade e os municípios começam a enxergar isso. O fator tem ganhado relevância inclusive nas decisões de investimentos. Com o aumento de pessoas em home office por conta da pandemia, morar numa cidade com boa qualidade de vida é tão valorizado quanto ter um salário.
A pandemia acelerou o movimento de migração da capital para o interior, no entanto, isso já vem sendo percebido nos últimos dez anos. Uma pesquisa do portal de imóveis Zap+ mostra que pelo menos 59% dos moradores de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro gostariam de mudar para uma cidade menor. Além disso, segundo o IBGE, as cidades de 100 mil a 1 milhão de habitantes cresceram em uma velocidade 50% maior do que a de grandes centros.
Nas melhores cidades para morar do Brasil, o bom desempenho de vários indicadores socioeconômicos ajuda a tornar o município atraente para quem vem mora ali.
Também no interior paulista, São José do Rio Preto tem avançado em indicadores relacionados à sustentabilidade e educação.
O abastecimento de água melhorou: passou de 93,1% da população atendida em 2009 para 96% em 2019, assim como a coleta e tratamento de esgoto, que hoje abrange 93,5% dos moradores, diante de 89,4% há 11 anos.
Em Cascavel, graças ao saneamento, a cidade subiu 24 posições na última década.
No Paraná, 100% do esgoto coletado é tratado. Em média, 76% de todo esgoto é coletado. Em Maringá e Cascavel esse número sobre para 99%.
Todos estes dados reforça a ideia de que os investimentos têm como consequência a maior qualidade de vida. E a qualidade de vida impulsiona novos investimentos, públicos e privados.